O QUE DEVO FAZER ENTÃO?

Por Eduarda Oliveira - abril 23, 2020

Traumas psíquicos - Esperança

Há dias que por um breve (as vezes longo) momento me sinto encurralada por meus próprios pensamentos, pensamentos os quais tento manter distante, mas inevitavelmente eles fazem uma visita. E durante essas visitas perco a vontade de ir contra a minha interna correnteza e considero me deixar levar pelos sentimentos que ela me causa.

Eu sei que não estou sozinha, inclusive não é difícil para eu me abrir com pessoas pŕoximas a mim, mas não tem sido o bastante, conversar tem ajudado por um curto período de tempo, mas eu não sei como lidar com a maré quando me encontro com ela novamente.

A verdade é que preciso me confrontar, eu sei que preciso fazer algo, mas não sei o que, nem como. Eu consigo entender a origem desses pensamentos e quais são os fatores causadores, mas eu não sei o que fazer quando chegam e muito menos me livrar deles, isso me frusta.

Eu sei que não estou sozinha, e isso parece ser justamente a grande causa de tudo. Cortar qualquer vínculo que exija de mim algum tipo de responsabilidade emocional, comigo ou com o outro, parece então a solução perfeita, afinal eu não mais precisaria lidar com as consequências que esse vínculo me trás, porém sei que é uma solução covarde, na verdade eu nem deveria considerar como uma solução, e sim o caminho mais fácil baseado no medo e na sensação de não saber o que fazer.

Como mero ser humano que sou, eu preciso estabelecer e manter vínculos com outros seres humanos, sejam estes vínculos amorosos ou não, e isso vai sim exigir de mim uma responsabilidade emocional, e mesmo que eu de fato escolhesse me distanciar de vínculos emocionais no geral, eventualmente me aproximaria de alguém e novamente chegaria nesse dilema, simplesmente porque não sou imune à sentir, não sou imune à pessoas.

Dito isso, a primeira coisa que está claro pra mim é que o problema não está nas relações, o problema está dentro de mim, e muito provavelmente relacionado ao meu controle emocional baseado na minha experiência emocional de vida. Não tem nada de errado em eu me sentir como me sinto, não há nada de errado em, durante um momento de desespero, considerar fugir de eu mesma, um problema maior seria se eu não conseguisse me trazer de volta à realidade, mas felizmente isso acontece.

O que devo fazer então? Eu sinceramente não sei, eu tento pensar em soluções palpáveis, não é como se eu nunca tivesse feito isso antes, muito pelo contrário, já me superei de diversas formas, mas ainda sim tenho muito medo, o suficiente para não conseguir botar em prática nenhuma das ideias que parecem boas.

Ignorar ou evitar a todo custo esses momentos não parece ser uma opção, minha mente e o que passeia por ela não é algo que tenho total controle. Eu acho que só me resta tentar bater de frente todo dia um pouco mais para que doa todo dia um pouco menos.

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