Esses dias eu estava conversando com uma amiga e ela mandou um quadrinho, veja:

E esse quadrinho despertou em mim uma série de pensamentos.

Será que escolher sempre a mesma opção é, em todos os casos, algo ruim? Eu, depois de experimentar vários sabores de sorvete, decidi que o meu favorito era de ovomaltine, e passei a pegar somente esse sabor. Eu, depois de montar vários lanches no Subway, achei a combinação perfeita para meu paladar e passei a montar somente o mesmo lanche. Não é como se eu nunca mais experimentasse outro sabor de sorvete ou outro lanche no Subway, mas o meu favorito já estava registrado no meu paladar.

Somente em casos como esses eu acredito que está tudo bem fazer sempre a mesma escolha se essa escolha me traz prazer e satisfação genuinamente.

Porém, eu não escolheria comer novamente 1 colher de 100% cacau em pó puro só porque ele tem um cheiro maravilhoso e parece ser uma delícia, mas na realidade é amargo e decepcionante. Fazer a mesma escolha nesse caso, depois de conhecer o verdadeiro sabor daquele ingrediente lindo e atraente, é um problema.

Nem sempre, na verdade, quase nunca é fácil diferenciar esses dois tipos de "escolher o mesmo", escolher o mesmo porque o mesmo é prazeroso e benéfico e escolher o mesmo, mas acabar sendo decepcionante, e não há problema em não saber diferenciar, porque a sua escolha pode parecer ser linda e cheirosa, igual o cacau em pó, mas no fim não ser tão gostosa quanto um sorvete de ovomaltine.

Caso você fez a escolha de sempre e se deu mal, paciência para se reconstruir e agradeça por ter ganho um pouco mais de experiência nessa coisa de escolher. Monte seu lanche favorito no subway, acompanhado do seu sabor de sorvete favorito, se permita escolher o de sempre quando o de sempre te faz bem.

Eu amo arroz com feijão, de verdade, ao ponto de serem os últimos itens que eu como no prato, sabe aquilo de deixar o melhor pedaço para o final? Pois bem, o arroz e feijão para mim sempre são as melhores coisas que comerei em um prato. E eu fico maravilhada com a simples possibilidade de eu amar tanto arroz e feijão e ver pessoas tão próximas a mim que não sentem o mesmo, não é incrivel? Eu sou apaixonada por arroz e por feijão, mas meu namorado odeia feijão. O feijão é o mesmo para mim assim como é para ele, mas pelo fato do feijão ser feijão eu o amo, já ele, pelo exato mesmo motivo detesta. Isso é não incrível?

Isso me faz pensar que, o que pode me deixar muito feliz é o exato mesmo motivo que pode te deixar muito arrasado, e não tem problema nisso porque somos pessoas diferentes, teremos gostos e opinões diferentes, assim como podemos ter gostos e opinões em comum, e está tudo bem.

Eu também adoro misturar arroz, feijão e macarrão em um prato só, tudo junto e literalmente misturado, mas novamente eu conheço pessoas próximas a mim que acham um ABSURDO eu fazer isso, para essas pessoas o arroz não pode entrar em contato com o macarrão, muito menos os três elementos juntos, macarrão é comido isoladamente enquanto somente arroz e feijão podem ser misturados, já para mim arroz, feijão e macarrão é uma mistura divina.

O mais divertido de tudo isso é que, até meus 12 anos aproximadamente eu não era tão fã de feijão como sou hoje, eu evitava come-lo sempre que possível, e simplesmente do nada ele passou a ser essencial no meu dia a dia. Eu cresci e minha visão em relação ao feijão mudou.

Ah, eu odiava abacate quando mais jovem, o odiei por pelo menos 16 anos de minha vida, o cheiro dele me deixava enjoada, mas hoje uma vitamina de abacate é sempre bem vinda, ou até mesmo ele puro acompanhado de outras frutas. Eu cresci e minha visão em relação ao abacate mudou.

Será que crescer é mudar a nossa visão em relação as coisas? Talvez crescer seja isso, rever conceitos e respeitar a diversidade ao seu redor.